Um soneto quero escrever
Belo como os de Vinícius
Outra vez aqui me precipito
Á escrever o que ainda não sei.
Mendigando as palavras certas
Que por ora soam incertas,
Que outrora foram sinceras
E no porvir não serão nada.
Do que vale o ouro e a prata
Ou o beijo da mulher amada
Sem os versos poder dizer?
Ah... Vinícius, poeta camarada,
Alumia-me ai da tua quebrada
Para que o ponto final eu venha ter.
Outrora minh’alma adormecia
Em sonhos de contos encantados
Que no jardim florescia
A flor de poderes mágicos.
O perfume exalado era música
Onde beijar-flores dançavam exaltados.
A beleza, fruta afrodisíaca,
Endoidando-me para tê-la em meus braços.
Que flor és tu, tão rara,
Nesse jardim onde
Cochonilhas sugam toda vida?
Que jardim sou eu
Para que tu, óh flor,
Traga vida onde não havia?
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