quinta-feira, 15 de setembro de 2011 1 comentários

Um soneto.



Um soneto quero escrever
Belo como os de Vinícius
Outra vez aqui me precipito
Á escrever o que ainda não sei.

Mendigando as palavras certas
Que por ora soam incertas,
Que outrora foram sinceras
E no porvir não serão nada.

Do que vale o ouro e a prata
Ou o beijo da mulher amada
Sem os versos poder dizer?

Ah... Vinícius, poeta camarada,
Alumia-me ai da tua quebrada
Para que o ponto final eu venha ter.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011 0 comentários

Jardim.


Outrora minh’alma adormecia
Em sonhos de contos encantados
Que no jardim florescia
A flor de poderes mágicos.

O perfume exalado era música
Onde beijar-flores dançavam exaltados.
A beleza, fruta afrodisíaca,
Endoidando-me para tê-la em meus braços.

Que flor és tu, tão rara,
Nesse jardim onde
Cochonilhas sugam toda vida?

Que jardim sou eu
Para que tu, óh flor,
Traga vida onde não havia?
sexta-feira, 9 de setembro de 2011 0 comentários

Morena.




Morena
Com traços da índia Iracema
O sorriso encantador
Que lembra o puro louvor
A inocência de uma criança.

Assim como o som perfeito dos anjos
É tua voz, calma e sedutora
Que no tímpano ecoa
A mais linda canção.

Momento de exaltação
Esse que escrevo agora
Que no fundo da alma brota
Essa inspiração.

Deus perfeito és Tu
Criador das Criaturas
Desenhastes a flor,
Morena Flor
Que dela brota o Amor.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011 0 comentários

O amor e o imperfeito.




Certa noite, como de costume, sentado tentando descrever as possíveis formas nas nuvens, me veio um pensamento que me tirou a atenção: “Deus, Abba, o pai nos ama apesar da nossa imperfeição.” Com esse pensamento lembrei-me de fatos decorridos em minha vida e de amigos que me confessarão segredos que posso resumi-los na seguinte pergunta: “Deus me ama apesar da minha imperfeição e sou indigno do amor do seres imperfeitos como eu?”

Em um dia ensolarado e seco veio até minha casa um amigo de infância, parecia um pouco nervoso e atordoado. Perguntei-lhe:
- Esta passando bem? Sente-se.
Ainda atordoado, olhou-me e disse já em prantos:
- Ela não me ama nunca me amou. Disse que meus defeitos e imperfeições não a deixavam me amar.

Vi em seus olhos dor e um pedido de abraço. Lhe abracei.

Fiquei horas pensando na última frase dita por esse amigo: “Ela disse que meus defeitos e imperfeições não a deixavam me amar.” Penso que essa resposta dada foi uma simples desculpa, mais vamos pensar que seja verdade. Essa moça poderia amar a si mesmo ou será a mulher perfeita que tanto os homens estão a procura?

Sabemos de nossas imperfeições e que nosso próximo também as possui. No livro de Mateus um doutor da lei indaga Jesus: “Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: AMARÁS O TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO.” (Mateus 22:34-37)

O amor é um sentimento que desfrutamos da graça de Deus e que deveríamos agradecer por termos a liberdade de amar. Amar o próximo com a mesma intensidade com a qual nos amamos sem cobrar uma perfeição insistente. Quando o amor esta presente falamos de nossas imperfeições de modo que possamos entender o próximo sem julgá-lo.

Oscar Wilde escreveu: “Não é o perfeito, mas o imperfeito, que precisa de amor.”

Precisamos do amor para que possamos viver em paz, em paz consigo mesmo, com o próximo e precisamos mais ainda conhecer o amor de Deus.

Feche os seus olhos e pense no seu próximo, pense que ele erra como você e eu. E apenas ame-o.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011 1 comentários

A vitrine.

Quando entramos em um Shopping Center nos sentimos atraídos pelos produtos expostos nas vitrines. Nossos olhos brilham, nosso consumismo desenfreado transborda em todo corpo: Sapatos, relógios, bolsas, óculos, roupas, celulares, tablets e uma variedade enorme de outras invenções. Compramos, mesmo sem a necessidade de tal produto, gastamos o que não temos para se enquadrar em uma sociedade totalmente alucinada, alienada.
Multidões gastam horas dentro de lojas, enamorando os produtos que fazem seus corações baterem mais fortes, fazendo da vitrine o olhar da pessoa amada; onde mora a felicidade.

Vejo nesse retrato uma familiaridade com o que ocorre na igreja em nosso País, não seria ela, a igreja, uma loja abarrotada de vitrines?
Onde estão à venda sua salvação, seus bens, suas bênçãos e o fim de toda sua angústia?

Pastores tornam-se gerentes de lojas gigantescas, clientes as lotam a cada promoção, publicidade escancarada na mídia, onde os clientes gritam em rede nacional a sua satisfação com o produto adquirido.

Como não ser feliz comprando uma bíblia por 911 reais, onde já se viu uma promoção como essa? Nem a Casa Pio 30, 60, 90, 120 sem entrada e sem juros.

Número interessante: 911. Nos Estados Unidos significa perigo, lá esse número é usado em caso de emergência. Foi esse o número usado em 11 de Setembro no ataque as Torres Gêmeas.

No Brasil, a promoção de tal bíblia deveria ser no valor de 190 reais. Isso mesmo, 190. Número que nós ligamos quando somos assaltados, quando caímos em um golpe ou quando há um assassinato.
Quando me deparo com esse tipo de “promoção”, realizada por pastores-gerentes ou gerentes-pastores, sinto que minha fé sofreu uma tentativa de assassinato, até mesmo um latrocínio (roubo seguido de morte).

Imagino que no céu deveria ter uma delegacia, com o número 777 para ligarmos em caso de atentado a fé, assalto a dignidade e assassinato da graça de Deus. Onde os policiais tivessem a mesma atitude de Jesus relatado no evangelho de João:

“No pátio do templo viu alguns vendendo bois, ovelhas e pombas, e outros assentados diante de mesas, trocando dinheiro. Então ele fez um chicote de cordas e expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois; espalhou as moedas dos cambistas e virou as suas mesas. Aos que vendiam pombas disse: "Tirem estas coisas daqui! Parem de fazer da casa de meu Pai um mercado!"João 2:14-16
 
;